Educação & Cultura

Gereba emociona público nas homenagens a Euclides da Cunha

O evento versou musicalmente sobre o escritor Euclides da Cunha e um dos maiores movimentos sociais do nordeste brasileiro: A Guerra de Canudos.

Em 1893, o povoado de Canudos, no sertão baiano, foi renomeado como Belo Monte por Antônio Conselheiro e seus seguidores, que fundaram ali uma comunidade igualitária. Quatro anos depois, o local foi destruído pelo exército brasileiro, em um dos episódios mais marcantes da recém-criada República.

Mais de cem anos se passaram e a Guerra de Canudos e seus personagens até hoje povoam o imaginário popular, intrigam e inspiram estudiosos e artistas, que revisitam o período em teorias e obras, cordéis, romances ou músicas. Foi seguindo esse caminho e na perspectiva de homenagear o escritor de “Os Sertões” que a Prefeitura Municipal juntamente com a Uneb pensou em trazer o espetáculo que une música e poesia para Euclides da Cunha.

Para um público pequeno, mas seleto, Gereba cantou algumas de suas composições relacionadas ao tema acompanhado de um quarteto de músicos. Fizeram parte do repertório musical canções como Relógio da Saudade, Ladainha de Canudos, A oração e o combate, entre outras.

Em um momento do show, Gereba fez um breve resumo sobre Antonio Conselheiro e de sua infância na cidade de Monte Santo e, posteriormente, Uauá. Ao final, uma grande roda (quadrilha) se formou na rua para cantar com a platéia músicas do Rei do Baião: Luiz Gonzaga.

 Sobre Gereba

 

Nascido na região de Canudos (Monte Santo – BA), Gereba coleciona e pesquisa histórias e lendas sobre a Guerra desde a infância e é um profundo conhecedor deste universo. Musico de grande versatilidade, realizou importantes projetos para a música brasileira como instrumentista, compositor, arranjador e produtor cultural.

Grandes intérpretes como Elizeth Cardoso, Beth Carvalho, Fagner, Amelinha, Leon Gieco (Argentina), o guitarrista Folkan Crieg (Alemanha), entre outros, gravaram suas composições. Fez arranjo para Caetano Veloso (Canto do Povo de um lugar-disco Jóia) e em mais de 40 discos: Moraes Moreira, Macalé, Oswaldinho. Levou o Projeto “Serenata” para a Europa e o seu Projeto “Forró e Gol” para São Francisco, Califórnia.

Seu vínculo com teatro vem de longe. Compôs, na década de 70, para a peça “Quincas Berro D’ água”, de Jorge Amado, em parceria com Patinhas, e mais recentemente, fez a direção musical e atuou no espetáculo “Sertão, Sertões São”, além da trilha para os espetáculos infantis “A Lenda do Quebra Nozes” e “Dom Quixote”.

Seu primeiro disco solo é de 1973, “Gereba – Bendegó”. De 73 a 86, lançou mais três discos com o Grupo Bendegó, retomando a carreira solo com o “Te Esperei”. Vários outros discos vieram, entre eles, “Cantando com a platéia – Tom Zé e Gereba”, de 1990; “Gereba convida”, com Cássia Eller, Na Ozzetti, Vânia Bastos e outros, de 1993, “Canudos”, (homenagem ao centenário de Canudos), de 1997; “Forró da baronesa”, de 2000; “Canções que vêm do sol”, de 2001 e “Sertão”, de 2002 (homenagem ao centenário da obra de Euclydes da Cunha), no qual contou com a participação de Dominguinhos, Orquestra Sinfônica de Natal e o maestro Júlio Medaglia, como arranjador.

Entre os projetos que participou, seja como mentor, instrumentista e/ou arranjador, temos o primeiro trio elétrico a rodar pela orla marítima de Salvador o “Carnaforró”, introduzindo o forró no carnaval da Bahia com o genial Luiz Gonzaga e o seu mais fiel discípulo Dominguinhos, inaugurando o circuito Barra-Ondina.

Músicos: Voz, violão e Arranjos – Winston Geraldo Guimarães Barreto, “Gereba” | Acordeão – Silvio Dantas Soares, “Silvinho” | Percussão – Adenilson Faria Mendes, “Dailha” | Clarineta – Rowney Scott, “Roninho” | Baixo – Ivan Bastos.

Karina Andrade – Correspondente do Sertão da Bahia

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