História

Riachão do Jacuipe – Rua do Fogo é tema de documentário

A programação começa a partir das 19h, na Rua Barão do Rio Branco, tradicionalmente conhecida como Rua do Fogo, no bairro Alto do Cruzeiro, comunidade dos protagonistas do vídeo. De acordo com Laura Ferreira, “é um compromisso e a comunidade está ansiosa esperando”.

Na abertura, haverá apresentação do artista jacuipense Marcus Sena e, em seguida, exibição do documentário e debate com as participações do jornalista Evandro Matos e da historiadora e professora Marinélia Silva.

Em “Rua do Fogo – Memórias do Baixo Meretrício”, um curta-metragem de 25 minutos, antigas prostitutas, cafetões, freqüentadores de bordéis e moradores da comunidade narram como os bordéis dinamizavam a cultura e a sociedade jacuipense. “A história das mulheres da Rua do Fogo é interessante. Os depoimentos são preciosos, memorialistas, de pessoas de mais de 70 anos, alguns delas”, afirma Ferreira.

O vídeo-documentário conta ainda com animações produzidas pelo artista jacuipense Raimundo Oliveira, Dinho, que apresenta, em paralelo à narração da construção da rua, desenhos da Rua do Fogo com casas comerciais, saboarias e batedeiras de sisal, dando mais poesia, encanto, ritmo e dinâmica ao trabalho.

Além disso, “Rua do Fogo – Memórias do Baixo Meretrício” aborda temas como os prazeres da boêmia, o preconceito social e racial, a importância do rio Jacuípe, a prostituição e o sincretismo religioso vivenciados na época.

De acordo com Laura Oliveira, a idéia de produzir o trabalho vem desde a infância. “Eu freqüento a Rua do Fogo desde pequena. Embora nunca tenha morado lá, tenho familiares e eu ia com minha mãe nos fins de semana. Eu fui crescendo e percebendo um lugar bem místico, bem diferente. O meretrício lá embaixo, eu lembro que minha mãe dizia: olhe, só brinque até aqui, não desça porque ali só tem cabaré”, rememora.

Além dessas lembranças, Laura expõe que o livro A louvação das prostitutas de Riachão do Jacuípe ao glorioso São Roque, de Nete Benevides, foi fonte para sua produção, pois, além de falar sobre a lavagem, apresenta como a rua se constituiu e o cotidiano de seus moradores.

O curta foi selecionado para exibição no III Encontro de Cinema Negro Brasil/África e Américas, que acontecerá de 09 a 19 de novembro no Rio de Janeiro, e está à espera de toda a população de Riachão do Jacuípe.

 Por Naiara Soares

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