Política & Economia

Ciro diz em Fortaleza que disputa entre PT e PSDB gera alianças “podres”

O deputado federal Ciro Gomes (PSB) afirmou nesta terça-feira (01/12), ao sair da solenidade na Câmara Municipal de Fortaleza, para entrega do título de cidadania ao vice-presidente da República, José Alencar, no exercício, que os presidenciáveis que se anunciam para o próximo pleito, inclusive ele, não se conformam mais com os embates históricos entre PT e PSDB na disputa pela Presidência do País. Por isso, segundo ele, é necessário uma candidatura que fuja do padrão apresentado nas últimas eleições presidenciais.

Ciro lembrou que os dois partidos sempre evitaram dialogar o que resultou em alianças “podres” durante as gestões duas legendas, referindo-se aos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o atual do presidente Lula (PT) que se aliaram ao extinto PFL, hoje DEM e ao PMDB.

“O Brasil não aguenta mais isso. A Dilma Rousseff (ministra da Casa Civil) não aguenta, eu não aguento, o Serra (Governador de São Paulo) não aguenta, o Aécio Neves (Governador de Minas Gerais) não aguenta. Então é preciso trabalhar para encerrar isso”, propôs o parlamentar antes de reafirmar que continua “candidatíssimo”, ao responder uma das indagações sobre se seria realmente candidato à sucessão do presidente Lula e não ao Governo de São Paulo, como insistem alguns.

No entanto, Ciro Gomes voltou a dizer que caso Aécio Neves consiga “superar as resistências” que o PSDB de São Paulo impõe à candidatura do tucano, o deputado não sente a necessidade de disputar a Presidência. “Esse fato será tão importante para o Brasil que a necessidade aguda da minha candidatura que hoje é real deixa de existir e eu não precisaria tanto quanto preciso ser hoje candidato”, explicou o parlamentar.

São Paulo

As críticas à relação PT e PSDB, todavia, Ciro Gomes diz que estão voltadas às legendas em São Paulo, mas destacou que os tucanos cearenses são um pedaço da legenda paulista e por isso os acordos acertados em São Paulo podem resultar em consequências no Ceará. “Então, (o PSDB) tem todos os méritos e pode pagar todo o preço que isso representa também”, alertou o deputado federal.

No Ceará, os tucanos estão no Governo Cid Gomes e admitem permanecer na coligação para que Cid dispute a reeleição. Os entendimentos entre Ciro e Tasso Jereissati, o principal líder tucano no Ceará, vêm de alguns anos.

Apesar das declarações sobre a possibilidade de uma candidatura do governador de Minas Geral, Aécio Neves, em lugar de José Serra, governador de São Paulo, Ciro Gomes garantiu que não pretende desistir de sua candidatura. “Eu nunca disse isso. A palavra desistência não frequenta o meu imaginário nem a minha linguagem na política de 30 anos de militância. Quem decide a minha candidatura é o meu partido”, destacou.

Pesquisa

Sobre pesquisa CNT/Sensus, divulgada na semana passada pelo Diário do Nordeste, em uma possível disputa entre Ciro e José Serra em um eventual segundo turno, apesar de não estar à frente do tucano, o deputado federal cresceu em torno de 10% em relação à consulta de setembro. O resultado não o deixa otimista. “Pesquisa feita a tal distância do processo, quanto mais no Brasil onde alguns institutos fazem qualquer negócio, é melhor olhar com muita prudência e humildade”, destacou.

Corrupção

Em relação à crise no governo de José Roberto Arruda (DEM), no Distrito Federal, o parlamentar também demonstrou a sua reprovação aos políticos de Brasília que são citados.


Para Ciro Gomes, toda denúncia merece ser esclarecida, defendendo que o acusado tem o direito de se esclarecer e se defender. Contudo entende que caso seja comprovada a culpa, “seja de quem for, é preciso que a impunidade não seja o prêmio”.

A senadora Patrícia Saboya (PDT) lamenta que esse seja mais um fato para ferir a imagem do político. Segundo ela há todo um movimento para se resgatar uma representação de honestidade.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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