Descobriu-se que o nome de Arruda consta de planilha apreendida pela Polícia Federal na casa de um executivo da construtora. O documento é peça central do inquérito que perscruta obras públicas tocadas pela empreiteira.
Associa canteiros de obras da Camargo Corrêa a doações que a empresa teria feito a políticos por baixo da mesa. Na relação, consta políticos também do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Veja os fatos:
1. A folha de número 54 da planilha anota, sob o título “diversos”, nove registros de pagamentos feitos pela Camargo Corrêa.
2. Os repasses foram grafados em moeda norte-americana: US$ 928,7 mil no total.
3. Dos nove apontamentos oito referem-se a verbas supostamente borrifadas nas arcas de “campanhas políticas” de Brasília, São Paulo e Bahia.
4. Uma das anotações da planilha traz a data de 8 de setembro de 1998. A seguir, a inscrição “camp. política Brasília-Arruda”.
5. Adiante do sobrenome do governador ‘demo’ de Brasília, o valor da doação: US$ 80.496. A planilha faz a conversão para reais: R$ 103.840.
6. Nos dias 14 de setembro e 13 de novembro de 1998, mais dois apontamentos. O destinatário é, de novo, “Arruda”. No primeiro, US$ 157.790 (R$ 205.127). No segundo US$ 399.360 (R$ 499,2 mil).
7. Tudo somado, Arruda teria se servido, em 1998, de US$ 637,6 mil em “panetone$” da Camargo Corrêa. Naquele ano, ele disputou, sem sucesso, o governo do DF.
Procurado, Arruda mandou a assessoria dizer que não se lembra de doações da Camargo Corrêa à campanha de 98. Se ocorreram, acrescentou, estão registradas e não vieram em dólares.
A construtora se diz estarrecida com os vazamentos de dados do inquérito. Reitera o caráter legal das doações que faz a políticos.
A planilha em que o nome do governador é mencionado foi recolhida numa batida policial na casa de Pietro Bianchi. Vem a ser um dos executivos da empreiteira que se encontram sob investigação na Operação Castelo de Areia.
Para a PF, o documento atribuído a Bianchi sugere a existência de um caixa paralelo na Camargo Corrêa.
A unir as duas encrencas, o mesmo relacionamento promíscuo de políticos com empresas que transacionam com o poder público.
Com informações do Blog do Josias
