História

Artigo: Miseráveis do mundo, uni-vos!

Este poderia ser o grito de guerra do chanceler brasileiro Celso Amorim ao alfinetar os países ricos que ainda não mandaram dinheiro para o Haiti.

A primeira coisa a perguntar nesta sanha do governo Lula em ajudar os haitianos é: qual é a diferença entre as pessoas que perderam suas casas nos últimos dias no interior do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Rio Grande do Sul e as pessoas que perderam suas casas em Porto Príncipe?

O governo federal brasileiro não deu o ar de sua graça nas áreas devastadas pelas cheias. Demorou uma semana para acordar do berço esplêndido no qual estava dormindo, bebendo cerveja à beira-mar ou tomando vinho na Velha Europa. Assim mesmo, o socorro tem sido pífio por parte do governo federal. As maiores ajudas às nossas vítimas das enchentes têm vindo, na verdade, do próprio povo brasileiro.

Quando houve desabamentos em Salvador no ano passado, a discussão principal foi se o prefeito podia ou não decretar calamidade pública. E enquanto se discutia, quem perdeu os seus barracos nas encostas se lenhou.

Agora, que a coisa é no Haiti e os fominhas que querem um assento no Conselho de Segurança na ONU não se seguram de tanto “frisson”, agem rapidamente. Mandam logo 15 milhões de dólares para Porto Príncipe e ainda ficam pedindo mais, como campeões de solidariedade.

Eu quero ver é quando o governo federal vai reconstruir a ponte que a enchente levou no interior do Rio Grande do Sul. Vai demorar mais do que o metrô de Salvador.
Sabem de uma coisa, a gloriosa Tribuna me paga para estar atento aos descalabros deste País, mas tem hora que cansa. Um país assolado por seca no Nordeste e enchentes no Sul e no Sudeste mandando dinheiro pro Haiti… É dose!

Alex Ferraz, da Tribuna da Bahia

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