História

No Dia Internacional da Mulher, Paulo Afonso abre “Seminário Maria Bonita”

O evento, que tem o tema “Diferentes Contextos que Envolveram a Vida da Rainha do Cangaço”, é parte de um projeto pioneiro desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Paulo Afonso, a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e outros parceiros, que acontece de 8 a 10 de março, no auditório do Departamento de Educação (DEDC) do Campus VIII da UNEB.

O Seminário conta com a participação de lideranças políticas, pesquisadores, ex-cangaceiros e os parentes de Maria Bonita, e vai mobilizar a comunidade em geral para discutir aspectos da participação dessa mulher, nascida em Paulo Afonso, no povoado Malhada da Caiçara, e que marcou a história do cangaço.

Entre os presentes estarão Teófilo Pires do Nascimento (ex-soldado da volante) e Aristeia Soares de Lima (ex-cangaceira), Neli Conceição e João Souto, filhos do casal de cangaceiros Moreno e Durvinha, além dos parentes de Maria Bonita, Eribaldo Gomes de Oliveira e Adelmo Gomes de Oliveira, que receberão os participantes na casa onde a cangaceira morou e conheceu Lampião.

Os interessados em receber o material e o certificado do evento, podem garantir participação até esta segunda-feira (08). A inscrição poderá ser feita no NECTAS/UNEB (Núcleo de Estudos em Comunidades e Povos Tradicionais e Ações Socioambientais), no DEDC VIII. Os 200 primeiros inscritos terão direito à todo material do evento do I Seminário Internacional, realizado em 2009.

A Universidade do Estado da Bahia – DEDC VIII (UNEB) em 2009 realizou o I Seminário Internacional sobre o Centenário de Nascimento de Maria Bonita. A meta dessa proposta pioneira é a organização de três grandes eventos, que culminará com a realização do III Seminário em 2011, ano em que Maria Bonita completaria 100 anos de idade.

Primeira mulher no cangaço

Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, foi a primeira mulher a aparecer no cenário do Cangaço, revolucionando a sua época (século XX) e introduzindo vários costumes no meio de homens guerreiros que até então não permitiam mulheres entre os seus pares.

Nascida em 8 de março de 1911, na fazenda  Malhada da Caiçara, em Paulo Afonso, casou-se aos 15 anos com um sapateiro, com quem vivia brigando.

Durante uma das separações de seu marido, Maria Bonita conheceu Lampião e apaixonou-se. O rei do cangaço, nesta época, tinha 31 anos e Maria 18.

Maria Bonita entrou para o bando ao final de 1929 e tornou-se musa e rainha do cangaço. Depois dela, os outros cangaceiros também trouxeram suas companheiras para fazerem parte do bando.

Lampião arregimentou 47 homens e mulheres de várias ramificações familiares apenas em Paulo Afonso. Maria Bonita conviveu durante nove anos com Lampião e, como seguidora do bando, foi ferida apenas uma vez.

Foi no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no sertão do estado de Sergipe, durante um ataque feito pela polícia ao bando, que um dos casais mais famosos do país foi brutalmente assassinado, transformando suas vidas em um marco da história nordestina.

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