Polícia

Itabuna – Reviravolta no acidente com jovens; perícia culpa ônibus no caso

O laudo sobre a colisão, ocorrida a 5 de janeiro de 2008, destoa do que foi produzido anteriormente, pelos peritos Paulo Roberto Libório Teixeira Viana e Robson Lincoln Farias Nunes, que apontava culpa da motorista do Fiesta.

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Priscyla e Tatiana Berbert Pitanga Franco, que viajavam na frente, morreram no local da batida. Larissa Prates Alpoim Andrade e Elis Maiane Santos Santana iam atrás e chegaram a resistir por alguns dias no hospital. Todas faleceram, vítimas de politraumatismo.

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As meninas vinham de uma festa numa fazenda às margens da rodovia e, em função disso, logo se disseminou a versão mais fácil de acreditar: a de que elas estariam de porre. É isso que sugere o primeiro laudo, ao mencionar inclusive uma testemunha que afirma ter gritado para alertar a motorista de que ela estaria na contramão. O segundo laudo não indica que isso tenha ocorrido.

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A versão de que a motorista bebeu não foi confirmada. A segunda perícia analisou as imagens brutas da festa em que Pryscila se encontrava e, em nenhum momento, a jovem aparece consumindo bebida alcoólica. Familiares e amigos dizem que ela estava com a garganta inflamada. Para completar, não foi realizado teste que comprovasse a ingestão de álcool.

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Peritos sob suspeita

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São extremamente graves as suspeitas contra os peritos, levantadas pela investigação conduzida pelo delegado especial Luciano Patrício. Segundo relatório, eles já teriam prestado serviços particulares à Águia Branca. A quebra do sigilo telefônico de Libório também detectou que ele, nos dias 12 de fevereiro e 13 de março de 2008, conversou diversas vezes com um preposto da empresa, Luciano Magno Vivas Martins.

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Libório e Robson Lincoln haviam sido absolvidos em processo administrativo que apurou supostas irregularidades na perícia do acidente. Com as novas informações surgidas, o procedimento contra eles foi reinstaurado. O delegado Luciano Patrício está convencido de que os dois peritos cometeram os delitos de corrupção passiva e prevaricação e, portanto, serão alvos de inquérito também na esfera criminal.

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Irmão de Larissa, o advogado Marcos Alpoim afirma que o novo laudo restaura a imagem a dignidade das vítimas. “Além de perderem a vida, elas também ficaram com a fama de irresponsáveis, inconsequentes, beberronas e isso é um desrespeito grave, um absurdo contra o qual jamais nos conformamos”, afirma.

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Alpoim critica a postura da Águia Branca, que chegou a mover ação de indenização contra os pais de Pryscila e Tatiana, exigindo R$ 5 mil como reparação pelos danos causados ao ônibus. De acordo com a investigação do delegado Luciano Patrício, a empresa fundamentou a ação cível utilizando termos idênticos ao laudo de Lincoln e Libório.

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O laudo saiu após a ação ter sido protocolada, o que, na opinião do delegado, confirma a estreita relação entre a empresa e os peritos.

 

Com informações do Pimenta na muqueca

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