Nordeste

Criminista diz que Floro foi trucidado covardemente e exibido como troféu; mas há mistérios entre o céu e a terra

O ex-procurador fez as declarações durante uma entrevista ao radialista Benson Silva, no programa jornalístico Tribuna Popular da Rádio 99 FM de Itamaraju, nesta quarta-feira (13). Ele disse que seu cliente, Floro Calheiros Barbosa, o “Ricardo Alagoano”, foi “covardemente trucidado com tiros pelas costas e exibido, hora com deboche, hora como troféu”.

Segundo ele, a polícia trucidou também os outros três jovens que estavam com Floro, sem antecedentes criminais. 

O criminalista Evaldo Campos disse que “a polícia montou um plano para matar Floro Calheiros desde 2003, tanto que os júris do seu cliente foram cancelados e adiados várias vezes, porque a polícia tinha medo que ele fosse inocentado, tendo em vista que 52,34% dos sergipanos já acreditavam na inocência de Floro”.

“Mas o sistema policial preferiu persegui-lo lhe acusando-o de tantos outros crimes sem que ao menos tivesse conhecimento, objetivando dar fim à sua vida, a ponto de lhe trucidar num cenário onde três pessoas com duas pistolas teriam enfrentado 50 policiais armados com metralhadoras e fuzis”, revelou o criminalista. 

Evaldo Campos destacou que, mesmo que Floro fosse bandido, ele teria que ser tratado como todo ser humano, com respeito. E informou que Floro foi morto com um tiro de fuzil pelas costas, cujo projétil transfixou no abdômen e, acrescentou, que “nenhum elefante é abatido para ser dominado, onde um simples tranqüilizante é capaz de imobilizá-lo”.

Portanto, o criminalista ressalta que Floro estava marcado para morrer, “tanto que foi abatido para que fosse exibido como troféu”. Na sua opinião, faltou a perseguição do diálogo da justiça para resolver os impasses. Ele disse também que a família teria um dossiê deixado por Floro Calheiros, que implicaria o comportamento de muitas autoridades de Sergipe e da Bahia.

Ação da polícia e ameaça

“A ação da polícia foi um deboche. Jogaram a peruca em cima do corpo de Floro. Eram três pessoas, duas armas e mais de 50 policiais. Não podiam ter atirado para quebrar somente as pernas? Os meninos não tinham antecedentes criminais. Conheci Floro Calheiros há dois anos e ele conquistou a minha confiança. Eu sempre acreditei na inocência do meu cliente”, declarou Evaldo.

“Floro podia até não ser santo, mas era um homem íntegro, homem de palavra, muito mais do que muita gente grande aqui de Sergipe. Mataram Floro, mataram o sobrinho, atiraram no filho, mataram outro jovem amigo da família, mas não calaram a voz dos familiares, dos advogados e muita coisa ainda vem à tona”, ameaçou o Dr. Evaldo Campos

Transferência do filho de Floro

Ele afirmou que a transferência de Fábio Calheiros, filho de Floro, logo após o ferimento para o Hospital da Polícia Militar, em Aracaju, foi feita de forma precipitada e desnecessária.

“Não queríamos que Fábio fosse transferido, porque uma pessoa que recebe um tiro de fuzil e que é operado durante toda a manhã, não poderia ser transferido. Uma pessoa que se opera de hérnia passa três ou quatro dias no hospital, quanto mais quem recebe um tiro de fuzil. Porque trazer para Sergipe? É para servir de troféu”, questionou o advogado.

   

Nata da redação:

O Portal Interior da Bahia tem dado uma cobertura especial ao Caso Floro Calheiros. Além de o fato ter ligação com a Bahia, inclusive municipios do interior, Floro era o homem mais procurado do Nordeste  e, talvez, um dos mais procurados do país.

Além do mais, a forma como foi o crime, envolvendo mais de 50 policiais contra quatro homens, tendo um (Floro) com fama interestadual, procurado e temido, com grande influência politica em Sergipe, Alagoias e Bahia, primo do senador Renan Calheiros, além de acusado de vários crimes.

Ocorre que o Portal recebeu várias informações que estão relacionadas ao crime e com citações de gente graúda da Segurança Pública da Bahia. São acusações gravíssimas, que envolve dinheiro, fazendas, tráfico de influencia e abuso de autoridade e poder.

Segundo as informações, Floro tinha privilégios na Bahia. Quando esteve corrido de Sergipe, seu escanderijo passou a ser na Bahia, inclusive constituindo negócios e casamento em Teixeira de Freitas.

“Quando o seu advogado diz que os júris do seu cliente foram cancelados e adiados várias vezes foi justamente porque, aqui, era a terra da impunidade. A Bahia era o Paraíso dele. Quando ele ia ser julgado, sempre acontecia alguma coisa para adiar, como, por exemplo, a transferência de um delegado”, afirma uma fonte que não quer se identificar.   

Só para que o leitor tenha ideia. A morte de Floro Calheiros – que não o transforma em santo e não livra as suas pendengas – tem a ver com o crime do ex-deputado Mauricio Cotrim e a sua esposa, com a morte do ex-delegado de Ipiaú, e com a prisão do delegado Neles Júnior, de Feira de Santana, que, segundo as declarações, foi injusta. Portanto, trata-se de uma rede, uma rede imoral, corrupta e criminosa, que o leitor nem está por imaginar.

Vamos ser sinceros. Não temos coragem de avançar na apuração dos fatos. Dito isso, façam as suas ilações, porque há mais mistérios entre o céu e a terra.   

Da redação do Interior da Bahia, com informações do Teixeria News.

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