Nordeste

Zagueiro que sofreu ataque cardíaco em campo morre no interior de Sergipe

Em 2010, Edu defendia o Araripina, clube que disputava o Campeonato Pernambucano, quando teve sete paradas cardíacas seguidas. A primeira, ainda em campo.  

Acácia Matos e José Carlos Santos, seus pais, comemoravam a estabilidade do quadro clínico do filho, que não vivia uma crise desde março.

Edu Matos passou mais de um ano em estado vegetativo, deitado na cama de seu quarto, na casa onde nasceu e se criou, em Maruim. Ele perdera a capacidade de falar, escutar e enxergar o mundo a seu redor.

Por mais de um ano, Acácia Matos deu um beijo e um abraço no filho todo dia. Imóvel, ele continuava olhando para o alto. Ela acreditava que o filho conseguia reconhecê-la.

“Um carro sem motor”, foi a metáfora usada por Acácia para descrever Edu. Sem conseguir se mexer, ele só piscava os olhos.

A história

No dia 27 de janeiro de 2010, o então zagueiro do Araripina enfrentava o Porto pelo estadual local. Aos 8min de jogo, o atleta caiu sozinho no gramado e teve convulsões.

     
 
 

Ele  foi atendido por uma equipe médica ainda em campo e levado para um hospital da cidade, mas seu coração parou de trabalhar por longos intervalos. Ao todo, foram sete paradas cardiorrespiratórias.

A ausência de bombeamento de sangue causou a morte em massa de milhões de células do cérebro de Edu. Os médicos disseram que ele nunca mais voltaria a ter uma vida ‘normal’.

“Ele teve uma arritmia que levou a paradas cardíacas”, informa Carlos Cleber, cardiologista que acompanhou Edu em uma de suas visitas à capital sergipana. O ex-atleta costumava ir três vezes por semana a Aracaju, onde fazia exercícios de fisioterapia para que seus músculos não atrofiassem.

A família ainda guarda suas chuteiras, meiões, caneleiras e camisetas de futebol. “Está na mão de Deus o futuro dele”, dizia seu pai, o chefe de obras José Carlos Santos, dias antes da morte do filho.

A família gastava cerca de R$ 3 mil mensais em alimentação especial, consultas e remédios. Eles lutavam pela aposentadoria do filho.

Nesta segunda-feira, cinco dias após a morte de Edu, sua família recebeu R$ 7.614 que a federação pernambucana depositou como doação. “Não é nem um terço de tudo que gastamos durante esse período”, diz o pai, que pretende entrar com ação na justiça trabalhista. Informações da Folha de S. Paulo.

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