História

Há 64 anos nascia o mito Raul Seixas

Raul morreu em 1989 e deixou uma legião de fãs. Nascido em Salvador, explodiu no cenário nacional em 1972 com a música Ouro de Tolo. Depois disso, se transformaria num dos maiores produtos da mídia nacional, mas pouco a pouco foi vencido pelas drogas e pelo álcool.

Desgostoso, talvez, do mundo injusto e podre que se apresentava à sua frente, nem a sua mente fértil suportou tanta podridão. E para sintetizar tudo, lembro agora de um depoimento de um fã de Fortaleza (CE) ao se deparar com a realidade de sua partida: “Raul foi tão diferente, que ele nunca morou aqui. Ele sempre morou em outro mundo”. Talvez a Pasárgada de Manuel Bandeira. Ou a Cidade da Luz, que ele mesmo idealizou.  

Revolucionário e polêmico, Raul nunca se submeteu aos caprichos dos poderosos. O grande segredo da sua obra é a profundidade das suas composições, com letras marcantes, contextualizadas e atemporais. Enxergando o mundo 50 anos na frente, este mesmo mundo hoje debruça-se aos pés da sua cova, celebrando a sua grandeza.

Enfim, além de Ouro de Tolo, todos nós deveríamos ler sempre os versos de uma canção que ele nos deixou: “Tente outra vez”.        

Por Evandro Matos

Documentário será lançado este ano

 

A vida e a arte de um dos mais importantes personagens da Música Popular Brasileira vão ser registradas no documentário “Raul Seixas, o início, o meio e o fim”, com patrocínio da Embasa, na Bahia. As primeiras gravações foram feitas em Dias D’Ávila, onde o músico passava férias na infância, e em Salvador, onde aconteceram entrevistas com familiares e a montagem de um show com a banda cover Raulzito e o grupo Os Panteras.

Com direção de Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel, as filmagens vão continuar em São Paulo, reunindo mais de 50 motocicletas na estrada, registrando também um grande evento musical com duração de 24 horas, num palco exclusivo onde diversos convidados vão apresentar toda a discografia do artista.

O documentário está sendo produzido pela A.F. Cinema em parceria com a produtora baiana Mar Aberto Audiovisual, produção de Alain Fresnot e Denis Feijão e deverá estar concluído até o fim deste ano, 20 após a morte do cantor e compositor. Raul Seixas entrou para a história da MPB com uma obra singular, construindo um acervo musical até hoje bastante executado em rádios.

Uma legião de fãs

Reverenciado como músico revolucionário, Raul Seixas é o artista póstumo que mais vende discos no país, aproximadamente 300 mil cópias por ano. O controvertido autor dos sucessos como Ouro de Tolo, Gita e Eu nasci há dez mil anos atrás morreu precocemente aos 44 anos de parada cardíaca.

Sua história pessoal foi muito conturbada. Ainda criança Raul fazia poesias e desenhava histórias em quadrinhos, que o irmão Plínio Seixas, quatro anos mais novo, comercializava. Queria ser escritor; compôs sua primeira música, Metamorfose Ambulante, quando tinha apenas 12 anos. Raul marcou uma era da música brasileira e reuniu em torno da sua arte grande legião de fãs.

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